O novo sistema para abalizar o crescimento da pobreza no Brasil passou a ser posto em prática, neste mês, pelo Banco Mundial. O objetivo é delimitar a quantidade de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, no Brasil estes índices apontam que mais de 22% já ocupam esta faixa.
Outros dados estarrecedores apresentados, e nada alentadores, apontam índice que se eleva de 8,9 milhões para 45,5 milhões o número de brasileiros considerados pobres, o que corresponde a 1/5 da população.
De acordo com avaliações feitas pelo corpo técnico do setor do Banco Mundial a parcela de pobres no Brasil, que vinha diminuindo ao longo da última década, voltou a subir em 2015.
Os novos parâmetros adicionais foram bem avaliados por economistas.
“Parece positivo considerar linhas de pobreza mais realistas. A de US$ 1,90 subestima a pobreza de países não pobres”, diz Celia Kerstenetzky, professora da UFRJ.
Segundo ela, é “louvável” considerar as múltiplas dimensões de bem-estar para medir a pobreza, e não apenas a renda, um conceito alinhado às ideias defendidas por Amartya Sen, indiano laureado com o Nobel de Economia, cujo trabalho é mencionado pelo Banco Mundial na justificativa para a adoção das novas linhas complementares.
Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)