Monthly Archives: junho 2019

Falta garra à esquerda brasileira/Por: Alberto Peixoto

Brasil, Rio de Janeiro, RJ. 31/03/1964. Tanque do exército pára próximo à casa do presidente deposto, João Goulart, nas Laranjeiras. O Golpe de 64 submeteu o Brasil a uma ditadura militar que durou até 1985. – Crédito:ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Codigo imagem:17897

Nos idos de 1964 durante o golpe militar, os militantes da esquerda brasileira composta por estudantes, principalmente por universitários, sindicalistas, jornalistas, trabalhadores e diversos segmentos da sociedade ativa, antagônica ao golpe, foram às ruas reivindicar os seus direitos brutalmente sequestrados pelos militares.

Enfrentaram na “mão grande”, policiais militares e até mesmo o exército, fortemente armado, que colocou tanques de guerra nas ruas das grandes capitais. O perigo para estes militantes era iminente, mas mesmo assim, ninguém fugia da “raia”.

Muitos destes jovens morreram ou foram notificados como desaparecidos. Na realidade foram torturados até a morte pela turma do general Ustra, o grande herói do presidente patético Bolsonaro. Foram na verdade executados sumariamente, sobretudo após a instauração do AI 5 – “Ato Institucional nº 5, baixado em 13 de dezembro de 1968 durante o governo do general Costa e Silva, foi a expressão mais acabada da ditadura militar brasileira (1964-1985). Vigorou até dezembro de 1978 e produziu um elenco de ações arbitrárias de efeitos duradouros.”

Também participaram destas lutas contra a ditadura militar várias organizações e as que mais se destacaram foram: Ação Libertadora Nacional (ALN), Comando de libertação Nacional (COLINA), Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares).

Estas organizações que lutavam pelos direitos do povo e do trabalhador foram classificadas pelos generais e coronéis da ditadura e pelo PIG da época, – claro que a Rede Globo estava envolvida. Inclusive no livro o 4º Poder, de Paulo Henrique Amorim, esta rede de informação foi montada e presenteada a Roberto Marinho pelo governo militar com o dinheiro do povo – como organizações terroristas, mas na verdade eram apenas pessoas que queriam o retorno da democracia no Brasil, tantas vezes aviltada.

Na contemporaneidade a militância perdeu o brilho de épocas remotas. Perdeu a garra, a fibra que lhe era peculiar. Os atuais estudantes, trabalhadores e sindicalistas, parecem que viraram patrões ou agem como se estivessem hipnotizados. A tudo veem e não tomam medidas mais incisivas. Como se estivessem intimidados por algo que não se encontra a explicação.

O Brasil que era conhecido como a terra das bananas, passou a ser conhecido como “a terra dos bananas”… e do pó!

Estão perdendo seus direitos trabalhistas – aposentadoria, 13º salário, o desemprego a cada dia aumentando, etc – e procedem como se nada disso estivesse acontecendo. A educação sendo supersucateada por um ministro tosco; Moro e Dallagnol desmoralizados e Lula, que na realidade é a vítima, preso; o sargento da Aeronáutica, Manoel Silva Rodrigues, de 38 anos, militar, transportou 39 quilos de cocaína no avião presidencial, etc. Há algo de estranho no ar!

Alberto Peixoto – Escritor

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Brasil ‘pibinho’: reforma da Previdência não é a salvação da lavoura/ Por Sérgio Jones*

O mercado vive momentos de incertezas
FOTO: Shutterstock

De acordo com ultraliberal Adolfo Sachsida, admite ele, que a eventual aprovação da reforma da Previdência não será a salvação da lavoura, como alardeiam alguns economistas de plantão, há tempos.

Diante do fiasco econômico e administrativo o governo Bolsonaro pretende mudar a divulgação de suas estimativas de PIB para elas não demorarem muito para serem conhecidas após divulgadas aquelas do “mercado”. “Está caindo tão rápido (a previsão do mercado) que, quando é publicado (o cálculo do governo), estamos destoados”.

Para especialistas do setor a reforma da Previdência passando vai melhorar o PIB, que deixa o patamar de 1% e pula para 1,6%. O que eles consideram uma realidade muito ruim. E admitem que ações urgentes devem ser adotadas para evitar que a situação piore, ainda mais.

Também reconhecem que a atual realidade para que possa ser melhorada não basta que se apoiem apenas nas expectativas dos agentes econômicos, algo que poderia ocorrer com a aprovação da reforma. E admitem que Jogar todas as fichas na “confiança” do “mercado” é um pilar do pensamento econômico liberal. E uma forma de defender a contenção dos gastos públicos.

O ultraconservador liberal Sachsida observa que os liberais erraram ao desprezar o papel do setor público. E que não adianta cobrar o BC a baixar o juro como medida de incentivo ao PIB. “O papel da autoridade monetária, não é pensar no crescimento, mas na inflação”, garante.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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Xerife caviloso da lava jato está com os dias contados/ Por Sérgio Jones*

O xerife derrotado
FOTO: Carta Campinas

O inquisitorial Sérgio Moro está com os seus dias de canalhices contados. É o que revela e afirma o jornalista Glenn Greenwald, coautor de reportagens do site Intercept Brasil que demonstra com uma transparência cristalina a indevida interferência de Moro no MPF-PR, na qual procura orientar e direcionar investigações durante a Operação Lava Jato.

A grande indagação é o que vai ser revelado sobre o Moro, nos próximos lances. Sob a batuta do indigitado juiz, há cerca de 4 anos, o mesmo criou uma imagem muito forte aqui e no mundo todo, de “super-herói”. Mas o que tudo leva a crer é que o Intercept já preparou a Kriptonita que vai provocar o desmonte de toda farsa erigida por Moro e seus cupinchas, quem viver verá.

Os primeiros efeitos já podem ser sentidos com a queda da aprovação dele, que já superou mais de 10 pontos. A situação tende a agravar-se, com o passar dos dias, com uma leva de novas denúncias, que vem a galope. “Temos mais material que ainda não divulgamos e que já se encontra em processo de discussão editorial”. Garante Greenwald.

Quanto à disposição demonstrada, pela tosca imitação da deplorável figura do presidente jair Bolsonaro, em defender o Moro, acredita o conceituado jornalista, que ela se deve em função do mesmo ter fortes ligações com o submundo do crime, que se evidencia com as conexões existentes com corruptos e milicianos.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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Sérgio Moro: um ser aflito e afogado em mentiras / Por Sérgio Jones *

A cada denúncia do Intercept, Moro se afunda em um atoleiro que não tem retorno
FOTO: Revista Fórum

Agoniza em fogo brando o xerife da Lava jato, que atualmente vive o seu mundo cão. Ele e sua corja de colaboradores estão pisando em terreno pantanoso, tipo areia movediça, quanto mais se mexe, afunda mais.

Alguns articulistas de auto coturno no meio da grande mídia já professam e até defendem que o melhor a ser feito, no momento, é o Moro se recolher a sua insignificância e fugir do cenário político que não lhe é nada favorável.

Aproveitar o dinheiro que amealhou em parceira com seus comparsas, em ações pouco ou nada confessáveis, que culminou com a prisão de Lula. O passado dele o condena, negociou o presente e o futuro lhe é incerto. Não detém e nem reúne os critérios minimamente necessários, para permanecer ministro.

A pedreira de denúncias que apontam o desmando, associado com o abuso de poder, não para de se avolumar. O criador está sendo engolido pela criatura. A sua participação a exemplo do depoimento prestado recentemente, no senado, deixou claro a figura patética que sempre foi, depauperada e decadente. Uma farsa calcada na mentira e no engodo.

Na condição de ex-juiz e atual ministro não apresenta as mínimas condições, nem física e muito menos morais para aguentar o tranco que vem por aí. Moro sofre os que se denomina na aeronáutica quando uma peça do motor perde a sua completa serventia, ele está com fadiga de material. Insistir grudado que nem uma ostra ao poder, pode lhe custar a liberdade, e até mesmo a vida.

Sérgio Jones, jornalista, (sergiojones@live.com)

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Bolsonaro, lídimo representante da imbecilidade coletiva brasileira/ Por Sérgio Jones*

Um palhaço no poder
FOTO: Reprodução SBT

Cópia mal feita do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro e de seu ministro da Justiça e Segurança Pública, o escabroso Sérgio Moro. Formam uma parceria macabra que está gerando a destruição sistemática das instituições, da nação brasileira. O grande questionamento a ser feito é, até quando esta bizarrice irá se manter?

O país vive uma situação política atípica, após o surgimento dos dois “mitos” do Brasil, após a era Lula. Coloca os dois no lodo da história tal qual Collor de Mello, que na época dele se utilizou do discurso de caçar marajás. E o resultado de todo este ciclo resultou em impeachment.

O atual e suspeito presidente venceu o último pleito eleitoral se utilizando de Fakes News, sob o argumento falacioso de que iriam salvar o Brasil das garras infectas da corrupção, da violência e da “praga da esquerda”. Discurso demagógico que foi muito bem aceito por uma sociedade hipócrita e portadora de grandes doses de conservadorismo.

Na visão distorcida e de toda a sua escória de seguidores é de que os seus antecessores políticos haviam arruinado o país privando-o de dois pilares básicos da sociedade: sua essência moral e religiosa. Mas esqueceu que tanto ele como os milicianos deles, é que todos estão atolados, até o pescoço, em ações ilícitas.

O mito no que tange a emporcalhada figura do ex-juiz Moro, o responsável principal pela Operação Lava Jato, que tinha como premissa básica realizar uma faxina moral. Traçando um combate sem trégua contra a corrupção de políticos e empresários famosos. Era totalmente outra, por trás de toda esta cortina de fumaça se escondia o inconfessável desejo apear a presidente Dilma, legitimamente eleita, do poder.

Mas ao que parece atiraram no que viram e acertaram no que não viram. Esqueceram os “paladinos” que a moeda tem duas faces, e que os bandidos não tinham lados, no decadente sistema político brasileiro, que de maduro está caindo de podre. O que impede que nesta fita de cowboy caboclo existam as figuras do mocinho e do bandido. Aqui nas terras cabralinas todos são bandidos, desde tempos imemoriais. É uma questão histórica que atinge a tudo e a todos, de forma indistinta.

Esta aproximação promíscua não poderia poupar nem mesmo os aliados desta cruzada bestial. A sua insistência acabou colocando como vítima, do fogo amigo, os seus próprios aliados de copo e de cruz. A tolerância entre os dois “mitos” é frágil. Para que esta relação, entre ambos, se torne autofágicas, é só uma questão de tempo. Resta saber, qual deles primeiro engolirá o outro.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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O povo nas ruas – E vamos à luta/Por: Alberto Peixoto

O povo foi às ruas reivindicar seus direitos
FOTO: Apeixoto

“Apesar de você, amanhã há de ser, outro dia, eu pergunto a você, onde vai se esconder, da enorme euforia, como vai proibir, quando o galo insistir, em cantar, água nova brotando, e a gente se amando sem parar[…]”

Na época da ditadura militar de 1964, a música “Apesar de Você”, de autoria de Chico Buarque, praticamente virou o Hino Nacional Brasileiro, principalmente entre os universitários, pessoas ligadas à cultura e as artes, trabalhadores e as pessoas com nível intelectual apurado.

Lamentavelmente nos dias de hoje, muitas pessoas, principalmente as pertencentes ao grupo das “mais intelectualizadas” e grande parte da classe média – a que se acha rica – até trabalhadores mal informados, mudaram de lado de forma burra, irresponsável, e inexplicável, fortalecendo o capitalismo que a escraviza.

Segundo estes eleitores o Presidente Bolsonaro “iria impor a ordem e proteger os cidadãos de bem, defender os valores da família tradicional além de ser um político honesto, visto que não está envolvido em escândalos de corrupção”.

Para contradizer a toda esta “Estória da Carochinha” e jogar a “Famíglia Bolsonaro” no lugar a que sempre pertenceu, surgiu um personagem estereotipado, o Queiroz, jogando toda esta tese pelo “laranjal” abaixo. Falando em Queiroz, por onde anda este personagem? Perdeu-se no laranjal Bolsonariano? Ou se “entregou” a Jesus e está celebrando culto em alguma igreja evangélica? “Tenham cuidado com a sacolinha”.

Por estes e outros motivos como: o corte dos investimentos em educação, a Reforma da Previdência, fim da aposentadoria e outras mazelas mais, que no dia 14 de junho o povo, reivindicando seus direitos, foi às ruas em mais de 189 cidades do país. Deve-se dizer, ordeiramente.

Uma coisa não se pode negar: o Presidente apresentou três grandes projetos de tamanha importância para a sociedade brasileira que, com certeza, ficarão na história da política deste país. São eles: o fim da tomada de três pinos, o fim do horário de verão e o fim das cadeirinhas destinadas a transportar crianças nos veículos em segurança. Sem falar em armar a população com a finalidade, segundo ele, de diminuir a violência. Esta, talvez por falta de maiores detalhes, ninguém de bom senso entendeu.

Com certeza estes projetos irão aumentar o PIB nacional, baixar o valor do dólar e aumentar as exportações!

Eu acredito é na rapaziada, que segue em frente, e segura o rojão, eu ponho fé no pé da moçada, que não foge da fera, e enfrenta o leão, eu vou à luta com essa juventude, que não corre da raia, à troco de nada, eu vou no bloco, dessa mocidade, que não tá na saudade, e constrói a manhã desejada […]. E Vamos à Luta – Gonzaguinha

Alberto Peixoto – Escritor

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Brasileiros constrangidos em ter Bolsonaro como presidente/ Por Sérgio Jones *

Diante das sucessivas bobagens e patuscadas apresentadas pelo presidente Jair Bolsonaro durante entrevistas, e a maneira como vem administrando a nação, concedidas à imprense nacional e internacional. Os constrangimentos para o povo brasileiro têm se tornado visivelmente intoleráveis. 
Uma das mais recentes, de seu manual de besteirol, foi ter afirmado não ter visto nenhuma maldade em advogado ter conversado com promotor, polícia Federal falar com promotor. Se referindo ao comportamento nada ético do xerife dele, de obras prontas, Sérgio Moro. 


Mas segundo diálogos expostos pelo site Intercept, estes deixam claro que o rei está nu. Enquanto era juiz da Lava Jato, Moro discutira como o procurador Deltan Dallgnol processos em andamento e comentava pedidos feitos à justiça pelo Ministério Público Federal.


A cópia mal elaborada da figura do presidente tentou justificar o silêncio que manteve por vários dias, diante da imprensa, sobre o caso ao declarar que “uma imagem vale mais que mil palavras” e citou o fato de ter ido junto com Moro a um evento da Marinha, na terça (11), de quem permaneceu ao lado durante a cerimônia.


No tocante aos possíveis desdobramentos que as mensagens podem trazer para a Lava Jato, o indigitado presidente, argumenta que: “O Brasil tem muito a agradecer ao ex-juiz”. E acrescentou mais uma inverdade ao afirmar que o ministro se manteve isento no período das eleições, que ele “não fez campanha” e “nem entrou em campo”.


Com relação ao ex-presidente Lula, Bolsonaro mostrou-se incomodado ao ser questionado por um repórter sobre o fato de ter o ex-presidente colocado em dúvida a veracidade da facada da qual foi vítima em 2018. “Presidiário presta depoimento, não dá entrevista”, disse.


Persistindo em sua retórica incompreensível argumentou a seu favor de que poderia exibir a cicatriz para provar que era verdade. E que o mesmo não teria “nem grana e nem contatos” para forjar o ataque.


E de forma debochada e pouco inteligente disse que se a facada recebida por ele, que não apresentou sangramento, fosse desferida na barriga do Lula, no lugar do sangue verteria muita cachaça.


O fato inusitado que chamou a atenção dos repórteres foi a atitude adotada pelo ministro do GSI, general Augusto Heleno, demonstrando total desequilíbrio mental sobre o episódio da facada em Bolsonaro. Chamou o ex-presidente de “canalha” e foi enfático ao afirmar que “tinha vergonha” de ele ter sido presidente do Brasil.


Quanto ao tratamento de subserviência mantido diante do presidente ao trata-lo de “senhor” era uma questão de respeito. No que tange à existência de um ex-Presidente da República desonesto, este deveria ter “prisão perpétua decretada”. Não seria este o caso de se perguntar o que o general, cabeça torta, está fazendo ao lado de Bolsonaro, e porque ambos não se encontram em prisão perpétua? 
Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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EDITORIAL DO THE INTERCEPT PUBLICADO EM 15/06, ÀS 16h36: Sábado, 15 de junho de 2019 O site “aliado a hackers criminosos”

Juiz faccioso
FOTO: VEJA

No último domingo, o Brasil foi surpreendido por três reportagens explosivas publicadas pelo TIB. Nelas, nós mostramos as entranhas da Lava Jato e mergulhamos fundo em poderes quase nunca cobertos pela imprensa. Quase todos os jornalistas que eu conheço preferem se manter afastados disso: apontar o dedo para procuradores e juízes é, antes de tudo, perigoso em muitos níveis – eles têm razão.

As primeiras reações dos envolvidos no escândalo foram essas: O MPF preferiu focar em hackers, e não negou a autenticidade das mensagens. Sergio Moro disse que não viu nada de mais, ou seja: não negou a autenticidade das mensagens.

Moro, na verdade, se emparedou: em entrevista ao Estadão, ele inicialmente não reconhece como autêntica uma frase que ele mesmo disse. Mas depois diz que pode ter dito. E depois ainda diz que não lembra se disse. Moro está em estado confusional.

Horas depois, à Folha, Moro confirmou um dos chats que publicamos: em uma coletiva, ele chamou de “descuido” o episódio no qual, em 7 de dezembro de 2015, passa uma pista sobre o caso de Lula para que a equipe do MP investigue. Confessou que ajudou a acusação informalmente, o que é contra a lei. Como dizem as piores línguas: tirem suas próprias conclusões.

Deltan Dallagnol não negou tampouco. Ele está bastante preocupado com o que diz ser um “hacker”, mas sequer entregou seu celular para a perícia.

É evidente que nem Moro, nem Deltan e nem ninguém podem negar o que disseram e fizeram. O Graciliano Rocha, do BuzzFeed news, mostrou que atos da Lava Jato coincidiram com orientações de Moro a Deltan no Telegram. Moro mandou, o MPF obedeceu. Isso não é Justiça, é parceria. Ontem nós mostramos a mesma coisa: Moro sugeriu que o MPF atacasse a defesa de Lula usando a imprensa, e o MPF obedeceu. Quem chefiava os procuradores? Só não vê quem não quer.

A imprensa séria virou contra Sergio Moro e Deltan Dallagnol em uma semana graças às revelações do TIB. O Estadão, mesmo que ainda fortemente aliado de Curitiba, pediu a renúncia de Moro e o afastamento dos procuradores. A Veja escreveu um editorial contundente (“Moro ultrapassou de forma inequívoca a linha da decência e da legalidade no papel de magistrado.”) e publicou uma capa demolidora. A Folha está fazendo um trabalho importante com os diálogos, publicando reportagens de contexto absolutamente necessárias.

Durante cinco anos, a Lava Jato usou vazamentos e relacionamentos com jornalistas como uma estratégia de pressão na opinião pública. Funcionou, e a operação passou incólume, sofrendo poucas críticas enquanto abastecia a mídia com manchetes diárias. Teve pista livre para cometer ilegalidades em nome do combate a ilegalidades. Agora, a maior parte da imprensa está pondo em dúvida os procuradores e o superministro.

Mas existe uma força disposta a mudar essa narrativa. A grande preocupação dos envolvidos agora, com ajuda da Rede Globo – já que não podem negar seus malfeitos – é com o “hacker”. E também nunca vimos tantos jornalistas interessados mais em descobrir a fonte de uma informação do que com a informação em si. Nós jamais falamos em hacker. Nós não falamos sobre nossa fonte. Nunca.

Já imaginou se toda a imprensa entrasse numa cruzada para tentar descobrir as fontes das reportagens de todo mundo? A quem serve esse desvio de rota? Por enquanto nós vamos chamar só de mau jornalismo, mas talvez muito em breve tudo seja esclarecido. Nós já vimos o futuro, e as respostas estão lá.

A ideia é tentar nos colar a algum tipo de crime – que não cometemos e que a Constituição do país nos protege. Moro disse que somos “aliados de criminosos”, em um ato de desespero. Isso não tem qualquer potencial para nos intimidar. Estamos apenas no começo.

Esse trabalho todo que estamos fazendo só acontece graças ao esforço de uma equipe incrível aqui no TIB. De administrativo a redes sociais, de editorial a comunicações, todos estão sendo absolutamente fantásticos. Nós queremos agradecer imensamente por tudo, e pedir para que vocês nos ajudem a continuar reportando esse arquivo.

Faça parte do Intercept Brasil.

Sem vocês, nada disso tem sentido.

Abraços e ótimo fim de semana

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