Cresce de forma substancial o grupo de justiceiros no Brasil, talvez em decorrência da fragilidade do modelo de justiça existente. No meio político não tem sido diferente, sendo a deplorável figura do presidente Jair Bolsonaro um dos grandes defensores e incentivadores dessa prática.
Recentemente com a foto postada em contas oficiais do Twitter e Instagram, o deputado federal licenciado Rogério Peninha Mendonça (MDB-SC) afirmou que a arma seria uma “solução para receber na sua casa os visitantes inesperados do indulto de Natal.
O que podemos destacar é que este tipo de modelo sempre conta com o apoio dessas bestas medievais que buscam reprimir e punir suspeitos de crimes com atos violentos. Notícias de levantes populares contra suspeitos de crimes acontece com certa frequência com casos de linchamento e até mesmo de assassinatos.
Se o que deve prevalecer é a barbárie e não a lei, sugiro que conceito semelhante se adote com relação aos políticos corruptos.
Diferentemente dos marginais pé de chinelo que recebem indulto de Natal, os políticos são indultados ao ser eleito, por longos anos, e considerável parte deles são o que podemos denominar como criminosos de Colarinho Branco.
Roubam de forma descarada o erário, o que os torna potencialmente em assassinos. Com o desvio de tais recursos, o ato resulta em milhares de mortes. A falta dos mesmos faz com que setores sociais de vital importância fiquem fragilizados, a exemplo da saúde, educação, segurança, entre outros.
Importante deixar claro que não estamos nos posicionando a favor de bandido da banda A ou B. Pois entendemos que ninguém é mais igual do que o outro.
Se caso viesse a prevalecer tal medida, defendo que a mesma deveria ser adotada aos políticos desonestos, que durante a campanha política visita às residências dos brasileiros na busca de votos. Para que possam continuar no poder praticando os seus crimes contra o povo. Nesse caso específico, deveriam também ser sumariamente abatidos pelos eleitores.
Acredito que defensores desse modelo de “justiça” é de opinião que tais práticas devem ser aplicadas e valer sempre para os outros, nunca para si mesmo.
Os defensores dos justiceiros utilizam o argumento de que a sociedade está cansada da inércia do Estado. Enquanto outra parcela da população encara a situação como um retorno à barbárie e prenúncio da instauração de uma desordem social.
Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)