Nada a comemorar, só a lamentar, este tem sido o grande legado político de Feira de Santana, herdado ao longo de sua triste e sofrida história. Com o passar dos anos nada, ou muito poucas mudanças ocorreram, na terrinha de Lucas.
As velhas e atávicas oligarquias continuam se sucedendo nos podres poderes. As práticas são as mesmas, manter o povo sempre sob o jugo desses algozes, enquanto eles se fartam e lambuzam com o erário. Sempre utilizado para atender os interesses dos mesmos. Como fossem extensão de seus interesses privados.
Estamos assistindo mais uma vez essa prática perversa e deletéria que se agravou com a chegada da pandemia, onde os interesses da coletividade são colocados em segundo plano pelo prefeito de direito e não de fato, Colbert Filho (MDB).
Diante de sua visível tibieza moral, ele sede de forma ordeira e graciosa aos execráveis caprichos de empresários que só visam o lucro. Com essa atitude tem contribuído, de forma sistemática, para aumentar os índices, já elevados, do número de mortos pela Covid-19, no município.
O despautério administrativo se registra em toda a esfera governamental do município. No transporte público contamos com uma existência fictícia de um BRT que efetivamente nunca saiu do papel e os seus custos já ultrapassam o montante superior a 100 milhões de reais.
O mesmo ocorre no que concerne ao trato dispensado à saúde pública. Escândalo da Pytiocampa, que implica em desvio de recurso equivalente ao aplicado no transporte municipal.
Crimes de toda ordem, principalmente financeira, continuam acontecendo e se reproduzindo em escala insustentável. O agravamento na área social é visível com o elevado número de mendigos que ocupam as áreas urbanas, em especial próximos aos viadutos, onde fazem de morada, além de suas necessidades fisiológicas nas calçadas dos moradores daquelas proximidades.
A secretaria de Assistência Social inexiste e, se existe é de forma decorativa. Não dá o ar de sua graça junto a essas pessoas que vivem e convivem em situação degradante, tanto moral como física.
A secretaria de Turismo é outra falácia, outro ponto fora da curva. Sua existência nada tem a ver com a realidade local. A inexistência de pontos turísticos é visível e os poucos existentes se encontram abandonados pelo poder público.
O único turismo que pode ser amplamente explorado, na terrinha de Lucas, é o da violência. A urbis desponta no cenário nacional como uma das mais violentas do país.
Entretanto, como já se tornou costume, pessoas mais desavisadas podem alegar que esse departamento e de ordem e reponsabilidade do Estado. O que não deixa de ser verdade, mas isso não isenta totalmente, a responsabilidade do governo municipal. O combate à violência é um dever de todos.
Quanto a existência e a atuação do legislativo feirense, este é simplesmente lamentável. O papel desempenhado por parte de suas excelências, pode e deve ser considerado como execrável.
Merecendo destaque atuação patética que tem como expoente maior o atual presidente, Fernando Torres, que pode ser considerado um ser com elevado grau de refinamento quando a questão em pauta se desloca para atos grosseiros e a prática de todo tipo de ameaças possíveis, e até mesmo impossíveis, objetivando atingir adversários e detratores, que não são poucos.
Faz tempo que a denominada Casa da Cidadania sofreu uma transmutação.
Podendo ser denominada de tudo, menos com esse apodo. O ambiente é ultrajante. Toda essa situação tem sido perpetrada de forma intencional devido ao despreparo parlamentar de suas excelências. O mais crível é que todo esse cenário grotesco é mantido com recursos públicos.
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Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)