Por mais que queiramos ser otimistas é cada vez mais complicado entender o comportamento do ser humano neste planeta chamado de terra. Ao longo dos milênios de anos de história da humanidade, até o presente momento, não conseguimos acertar os passos e lograr êxito em dirimir as diferenças existentes nas relações que norteiam o comportamento humano ao qual nos acostumamos denominar de civilização. “Civilização” em que mais da metade da população mundial continua sem acesso a serviços como saúde, mesmo se levando em consideração a existência de políticas públicas e de avanços importantes na medicina.
Conforme divulgação e dados fornecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), apenas 45% da população mundial de fato tem acesso a serviços médicos adequados. Num total, serviços universais de saúde atendem ainda 64% da população mundial. E, mesmo assim, com sérios problemas. Só No continente africano, 33 países contam com um serviço de saúde que atende menos da metade da população. No Chade, centro-norte do continente, apenas um quarto dos habitantes tem alguma cobertura.
Em 76 países ainda há menos de um médico para cada mil pessoas, e em 87 países existem menos de três enfermeiras para cada mil habitantes.
No Brasil, as taxas de 2015 apontavam para 77% da população com serviços de saúde.
A chaga da crise econômica se alastra ocorre devido a avidez desmedida do ser humano que continua lutando de forma insana na conquista, cada vez maior, pela concentração de renda e manutenção de privilégios de poucos. A cada ano, cerca de 100 milhões de pessoas sofrem uma perda de renda e passam por um processo de empobrecimento diante dos elevados custos de tratamentos. O Brasil é um dos que mais apresenta problemas, com 25% da população sendo obrigada a destinar mais de 10% de sua renda para pagar por remédios e atendimento.
Em proporção aos gastos gerais do governo, com relação à área de saúde, o Brasil também está abaixo da média mundial no que se refere aos investimentos no setor. Em 2015, o governo destinou 7,7% de seus gastos totais para a saúde, uma taxa parecida a de mais de uma dezena de países em condições de miserabilidade na África. Na média mundial, os gastos são de 9,9%. Na Alemanha ou no Uruguai, a proporção dos gastos do governo com a saúde chega a 20%.
Para a OMS, esta realidade bizarra é o reflexo da falta de prioridade dedicado ao setor de saúde pelo mundo. Mesmo ressaltando os avanços importantes obtidos no combate à mortalidade infantil, 15 mil crianças morrem no mundo a cada dia antes de completar 5 anos por falta de tratamento ou simplesmente por problemas de saneamento básico.
O que se constata, em toda esta brutal realidade, é que tais mudanças no atual cenário de horrores mundial. Para que tais mudanças realmente venham acontecer visando futuras melhoras, o mundo ainda precisa percorrer uma distância enorme. No que se refere particularmente ao Brasil, o governo brasileiro é uma Ferrari dirigida por uma elite de macacos políticos.
Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)