
Querem subtrair os direitos do trabalhador através de uma reforma inconstitucional, portanto criminosa, da Previdência
Foto: Latuff
“Quando, em 1750, o rei dom João V morreu, Portugal encontrava-se em grave crise econômica. O novo rei, Dom José I (1750-1777), nomeou como primeiro-ministro Sebastião de Carvalho e Melo, o futuro Marquês de Pombal, que durante 27 anos comandou a política e a economia portuguesa. Ele reorganizou o Estado, protegeu os grandes empresários, criando as companhias monopolistas de comércio. Combateu o clero, expulsou os Jesuítas e reprimiu igualmente as manifestações populares […] […] A educação, que no Brasil era quase inteiramente responsabilidade dos jesuítas, sofreu um grande recuo. Vinte anos após a expulsão, em toda a Bahia não havia mais do que dois professores. Várias escolas foram fechadas e as bibliotecas dos conventos foram abandonadas ou destruídas […]” Fonte: Brasil Indígena: 500 anos de resistência/Benedito Prezia, Eduardo Hoomaert. – São Paulo FTD, 2000.
No Brasil atual, surge o senhor feudal Jair Messias Bolsonaro, com seus lacaios querendo repetir os feitos do Marquês de Pombal.
Anuncia o “extermínio” do Ministério do Trabalho, fechamento de escolas públicas, quer subtrair os direitos do trabalhador através de uma reforma inconstitucional, portanto criminosa, da Previdência e ainda promete acabar com as regalias dos Funcionários Públicos.
Já foi comprovado através de um trabalho feito pelos auditores da Receita Federal e por uma equipe que fez auditoria para a CPI da Previdência, que não passa de uma farsa o suposto rombo anunciado da Previdência. Segundo eles, a Previdência é superavitária. O documento apresentado à CPI alega haver inconsistência de dados e de informações anunciadas pelo Poder Executivo.
“São absolutamente imprecisos, inconsistentes e alarmistas os argumentos reunidos pelo Governo Federal sobre a contabilidade da Previdência Social”, disse o senador Hélio José MDB/DF.
O que realmente existe é uma dívida em volta de R$ 486 bilhões de grandes empresários, encabeçada por Bancos tradicionais e que não são cobradas, porque alguns foram responsáveis pelo financiamento de campanha eleitoral dos futuros “gestores” do Brasil.
Foi alegado pelo feudo, que as regalias dos funcionários públicos é o principal responsável pela derrocada da Previdência pública. Enquanto o trabalhador da iniciativa privada paga à Previdência pública 8% sobre no máximo R$ 5.645,80 (teto da previdência), o servidor público paga 12% sobre o valor integral de seu salário; o trabalhador da iniciativa privada ao se aposentar, recebe o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), que ajuda a reorganizar sua vida – agora como aposentado – já o servidor público não recebe “nada”.
E o auxílio gravata, paletó, combustível, auxílio moradia – para quem tem casa própria e comer gente, como disse pessoalmente o senhor feudal Bolsonaro – passagens de avião, carro a disposição com motorista, verba de gabinete, aumentos de salários acima da realidade brasileira, etc? Com certeza não vão entrar nesta reforma.
Alberto Peixoto – Escritor