Caminhos Tortuosos/Por Juclin C Filho*

Quis ser caminhos

De paz, de esperança,

Quiseste ser encruzilhada;

Quis ser flor,

Quiseste ser espinhos;

Quis ser, quando tudo parecia

 Perdido, a palavra redentora,

Um raio de esperança,

Quiseste ser a negação de tudo;

Quis trilhar um caminho

De paz, de amor,

De harmonia,

Quiseste ser a desavença!

Preferiste o atalho

Que leva à perdição ;

Quis ser luminosidade,

Quiseste ser escuridão;

Quis ser bondade,

Quiseste ser maldade;

Quis ser o sol

Que aquece e revigora,

Quiseste ser o fogo

Que queima, que abrasa;

Quis ser a melodia 

Que encanta e apascenta a alma,

Quiseste ser a voz dissonante 

Da discórdia, música 

Que fere os ouvidos 

E entorpece os sentidos;

Quis ser bonança,

Quiseste ser tempestade!

Agora é tarde, Safira,

Para voltares os passos

Ao caminho da retidão,

E quereres  proceder 

Como nunca  procedeste:

Seres lealdade!

As árvores cujos frutos

São podres, jamais 

Produzirão  frutos de bondade !

O enlace amoroso

Que começa com falsidade,

Na falsidade termina, 

Aos vendavais da vida,

Não resiste!

Mesmo que a dor

Me cale fundo n’alma,

Não  fico mudo

Ao  meu reclamo,

À minha triste sina,

Se razão me assiste!…

— Vai, louca cigana!

Safira, ou Dalila!

Nem mesmo sei 

Por qual nome

Te chamo

Mulher de muitas máscaras

E  muitos disfarces!

Não te maldigo, não!

Eu que me perdi,

Iludido, no fogo da paixão!

Seguirei pela reta estrada.

Seguirás pela encruzilhada,

Desviando-se perdida

E desnorteada, doidivana,

Em cada curva do caminho!

Adeus, Safira!  

Nossa história, 

No olvidor termina!

Jucklin C Filho

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