Justiça Inda que Tardia/Por Jucklin C Filho

Punhal cravado na carne,

Com um beijo,

Não cura a ferida!

Não pode o pássaro 

Que foi ferido,

No laço

De uma perversa injustiça,

 Tolhida-lhe a liberdade,

Perdoar ao malvado

Que o aprisinou!

Ninguém beija a espada

Que o seu peito perfurou!

 Quem lhe  há de pagar 

Por um martírio de dias ?

Nas letras frias 

Dessa ignomia perpetrada,

Os tormentos de premeditada

Crueldade sofrida,

Quem lhe há de purgar?

Quem lhe vai devolver,

580 dias perdidos

No calendário da vida?

Sinto na face,

O suave beijo da brisa,

Que do horizonte desliza 

E me vem, à razão chamar:

— Vate querido,

Lembrate-te do que te asseverei?

Na memória,

Se guardaste, não  sei…!

Disse-te,  na tarde

Que ia morrendo,

Ao descansares debaixo

De frondoso arvoredo:

— Poeta querido,

Não tenha medo!

Continue aguerrido!

A tudo que está ocorrendo,

Haverá de vir a bonança. 

Um dia, tudo se aclarará

Sem tardança. 

Espera um novo alvorecer !

 Não cai uma folha

Da árvore,

Um fio de cabelo

Não cai,

A folha que vai

Rolando, levada

Pelo vento,

Quem sabe aonde cair vai,

Sem se ater 

Aos desígnios de Deus

Que desatará 

Os segredos 

Do novelo.

Aos olhos e ouvidos 

Do Criador,

Nada passa despercebido:

Tudo se escancara

Quando abre-se o boqueirão

 Da verdade!

E  àqueles  tidos

Por santos,

Em essência, bandidos,

Uns tantos

Cinicos e dissimulados,

Incontinenti, desmascara.

Logo vem o castigo:

Os seus podres revelados!

O tempo que ensina,

Remodela e movimenta 

Agrura ou dissabores,

Encantos e desatinos,

É filho e ruim madastra

Que guia a mão do destino ,

Retira pedras, imponentes 

Rochedos do caminho,

Não se detêm pela estrada 

A retirar

Das flores os espinhos,

A defender malfeitores,

 Livra-los da sina 

De os seus crimes pagar!

Pois logo volta-se  rijo o chicote

No lombo do agressor!

Quem houvera de saber,

Quem cogitava imaginar ,

Que o ungido

No bronze da história,

Loureado por tantos

Fabricados triunfos e glórias,

Herói de capa e revista,

Festejado por tantos 

E quantos 

Que o seguiam embevecidos, 

Ao golpe de um vento

Mais forte ,

Fosse seu enbuste desmarado,

Era apenas um engodo,

E que um

Dia , ao seu real patamar 

Iria descer ,

Mostrando de que estopo 

Era feito:

Um ser diminuto, entanguido,

Massacrado pelas bombásticas

Revelações que estão

Vindo a tona,

Fatos incontestáveis  narrados,

Que o atiram no lixo 

Da história ,

Com a pecha de ter sido 

Juiz ladrão,

Que interferiu 

No resultdo do jogo. 

A mesma história 

Cunhada por uns poucos 

Que o haviam a herói ungido,

Já  inclemente o abandona. 

É  o reverteres da vida,

Fustigado o transgressor

Da lei, desmascarando

Do ex-juiz ladrão,

  Os inúmeros

Crimes perpetrados !

E a injustiçado,

Justiça, inda que tardia!

E uma certeza

Enconteste encerra:

A história 

E o eleitor

Desta sagrada terra

É que  hão

De corretamente julga-lo!

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