
FOTO: Terapia da Lógica
Para o professor e escritor
Antônio David Cattani, graduado em economia, em inúmeras entrevistas concedidas
aos mais diversos setores midiáticos brasileiros, cita ele: ”quando se trata do
tema concentração de riquezas, este comportamento resulta na geração de
desequilíbrio econômico”. E garante que este comportamento existe e vem
crescendo no mundo todo, e particularmente no Brasil por uma série de razões
históricas.
De forma direta ele atribui, como uma verdade insofismável, que um dos
principais fatores dos ricos se tornarem ricos têm se consolidado por serem
eles, suficientemente espertos para criar uma máquina tributária que penaliza
os mais pobres e beneficia e cria privilégios a quem tem mais.
Outro aspecto desmistificado pelo conceituado economista é de que,
ingenuamente, a população acredita que a riqueza é sempre meritória, que é
resultado de esforços. E quem não alcança esta posição social e econômica é
porque não trabalha.
Mas a realidade apresenta, de forma cristalina, é que as grandes fortunas não
são forjadas por inocentes. Foram, isto sim, criadas por décadas, transmitidas
por herança e, em muitos casos, são fruto de expedientes que só são acessíveis
aos poderosos.
O que fica demonstrado pela prática do dia a dia é que os considerados muito
ricos, as grandes corporações, estas são as primeiras a desrespeitar as regras
da concorrência no livre mercado. Criam estratagemas para obterem benefícios em
momentos de depressão, recessão e de retomada do crescimento. E independe do
momento ou de modelos políticos, seja ele democrático ou autoritários.
Mesmo diante de toda esta situação sórdida, ele garante que o crescimento do
número de ricos e o volume das grades fortunas tendem a aumentar. E aponta que
estudo insuspeito do Credit Suisse, uma das principais instituições bancárias
da Suíça, mostra que, até 2022, haverá um crescimento de 8% no número de
multimilionários brasileiros e também de suas riquezas. O que significa afirmar
que haverá um significativo aumento das pessoas pobres e da quebra de pequenas
empresas, pois as grandes corporações se desenvolvem, em parte, destruindo
concorrentes dos segmentos financeiros mais vulneráveis.
Sérgio Jones, jornalista
(sergiojones@live.com)