O salário recebido pelos trabalhadores brasileiros é regulamentado por leis estabelecidas, que na maioria das vezes são desrespeitadas pelo empregador. Atualmente o salário mínimo é de R$ 937,00 e, segundo o IBGE, – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – 50% do trabalhador brasileiro recebe por mês em média 15% a menos que o salário mínimo.
Por outro lado, quando o assunto é salário dos deputados federais, chegamos ao absurdo dos absurdos. Somados, o salário e os benefícios de cada deputado chegam a aproximadamente R$ 168,6 mil por mês. Juntos, os 513 deputados custam em média, R$ 86 milhões ao mês e a um custo anual de R$ 1 bilhão.
Segunda feira, 18 de dezembro de 2017, a Câmara dos Deputados aprovou um reajuste de salário para deputados, senadores e ministros em um percentual de 61,8%. Já o reajuste para presidente e vice-presidente da república foi um acinte ao trabalhador brasileiro, que produz e que paga o salário desta corja. Simplesmente 133,9%. Uma vergonha! Que País é este?
Enquanto isso a pobreza cresce assustadoramente em todo o País. Conforme levantamento do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade – IETS – mais de nove milhões de brasileiros caíram, em 2015, abaixo da linha de pobreza – US$ 5,50 per capita por dia ou R$ 387,07 mensais – em decorrência da deterioração do emprego e da renda.
Por que o aumento de salário dos deputados, senadores, ministros e presidente da república não são atrelados ao aumento do salário mínimo que é pago a quem realmente trabalha? Assim, o aumento dos parlamentares teria o mesmo reajuste que o salário mínimo. Nada mais justo, já que o trabalhador brasileiro é quem realmente produz e os políticos brasileiros produzem corrupção. Segundo o deputado Tiririca, dos 513 deputados, tem oito que trabalham e são honestos.
Alberto Peixoto – Escritor