Grande parte dos economistas e cientistas políticos, não aprovam a participação ou interferência do Estado no mercado capitalista. Ao longo dos anos o Estado vem carregando o estigma de ineficiente, burocrático e lento em suas tomadas de decisões. Na realidade o que importa não é o tempo gasto pelo Estado em tomar decisões e sim, o que está fazendo e como está fazendo e o que deveria fazer e o como fazer. Porém, nem todos vêem o Estado como ineficiente e burocrático. John Maynard Keynes – teoria Keynesiana, 1936 – defendeu a intervenção do Estado na economia capitalista demonstrando que o “alargamento das obrigações do Estado aparece-nos como a condição do bom exercício da iniciativa individual”. O objetivo da teoria Keynesiana é que, através do Estado, se consiga o aperfeiçoamento do sistema de modo que se dê conta das necessidades sociais apoiando os ganhos individuais através da iniciativa privada. Em suma, Keynes defende – em decorrência da ineficiência do sistema capitalista em não gerar empregos para todos – a intervenção do Estado na economia de mercado. Muitos economistas aceitaram o pensamento da nova escola, o que foi denominado de “Revolução Keynesiana”.
Sabemos que a intervenção do Estado na economia de mercado no capitalismo, não encontra apoio da maioria dos diversos seguimentos empresariais bem como, da sociedade como um todo. Para alguns, a intervenção do Estado na economia de mercado chega a ser até um desvio de função. Para estes carece ao Estado, quando intervém na economia, melhor planejamento. A falta de elaboração e planejamentos eficientes retrai e leva a pique a economia, sempre envolvida com a criação de novos impostos, taxas, pacotes econômicos, etc.
Na minha modesta opinião, a participação do Estado na economia de mercado ainda não é satisfatória, mas já melhorou bastante. Podemos verificar que ao menos a nível de Brasil, já temos hoje, uma economia aceitável caminhando para se firmar como estabilizada, “mesmo que ainda se jogue muita coisa sob o tapete” – “Mercado em Equilíbrio” Acho que o Estado deve intervir na economia, procurando garantir geração de novos empregos, desatravancar os desimpedimentos à livre concorrência, administrar a política de controle de preços e de exportação, “praticar uma política de mercado favorável a todas as classes sociais”, entre tantas outras atribuições.
Podemos observar que apesar de algumas escolas e de seguimentos do mundo econômico serem favoráveis à intervenção do Estado na economia de mercado, a rejeição a este comportamento é muito grande. Se fizermos uma reflexão a este assunto, a que conclusão chegaríamos? Seria essa rejeição fruto da morosidade do Estado nas suas tomadas de decisões? Ou por estar estigmatizado pela má reputação de corrupto, incompetente e que sempre exercita a política do clientelismo? Em conseqüência destes e até de outros questionamentos, não citados aqui, caso a interferência do Estado na economia de mercado seja mesmo prejudicial, concluo com a seguinte pergunta: “o que já fizemos para reverter ou melhorar esta situação”?