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O Amor e o Amar

É muito difícil escrever sobre o amor – mesmo assim vou tentar – este sentimento tão profundo, largo, possuidor de uma amplitude incomensurável, que nos conduz ao deleite, ao prazer… porém – como tudo na vida – sendo ele mal conduzido e se o praticarmos de maneira inadequada ou quando a sua prática é mal entendida ou não é aceita por alguém a quem dedicamos este sentimento, também nos arrasta ao desgosto, à mágoa, ao desprazer, ao infortúnio. Poderia dizer que é um “verbo” porque tem ação, tempo e modo de manifestação devendo ser “conjugado”, por todas as pessoas todos os dias e a todo o momento com esta emoção ou sensação psíquica, inumerável e absoluta, tão sublime e envolvente, que nos leva à felicidade no seu sentido mais abrangente, sem restrições: abundante.

Em um dia qualquer da minha vida, caminhando pelos quatro cantos do interior deste místico Estado da Bahia, inesperadamente, deparei com um outdoor que veiculava a seguinte propaganda de um motel: “O Amor Está no Ar! Venham Fazer Amor”.

Amar é bem maior do que uma mensagem de motel em placas às margens de uma rodovia. É um sentimento de dimensões gigantescas, que não nos deixa dormir envolvendo os nossos pensamentos e nos fazendo sonhar – na maioria das vezes acordados – impedindo a chegada do sono. Amar nos mostra o significado e o que dá sentido à vida; é cortejar o ser que faz a nossa existência ficar mais fascinante, afastando-nos das tristezas e depressões. Amar é o maior dos sentimentos do ser humano; a emoção tenra e nobre que pode emanar de uma pessoa; uma sensação psíquica tão importante quanto o ar que respiramos e o alimento que nos sustenta. Amar é doar-se à pessoa amada, exercitando este sentimento cada segundo da vida, rompendo barreiras para viver intensamente esta emoção maravilhosa que nos eleva, fazendo com que transcendamos todos os parâmetros impostos pela sociedade. Quando amamos, não devemos pensar em limites, como dizia Platão, o amor é o caminho para a verdade.

Não devemos traçar paradigmas para o amor, porque para ele ser verdadeiro, completo e absoluto, tem que ser espontâneo e aflorar do âmago, da parte mais profunda do ser amante, sem imposições ou condições, compensações ou carências. Amar nunca pode ser conveniência, indiferença, inconseqüência ou falta de cumplicidade. Amar de verdade é sublime! Devemos amar com inteligência, sem cobranças, superando as barreiras impostas pela vida. O amor verdadeiro nos dá paz e tranqüilidade; tem equilíbrio, é sereno e gera harmonia… É diferente de paixão, que é um sentimento burro, cego, nocivo, insípido que nos faz cometer loucuras nos levando a produzir situações indesejáveis que não devemos por à prova. O amor é um templo divino, aonde o mandado maior é exercitar esta emoção no sentido lato da palavra amor: amar de verdade!

Busque-o, encontre-o e exteriorize, literalmente, esta emoção ímpar e nobre, porque é mister que o amor aflore de forma desmedida, em nosso coração – em todos corações – em nosso espírito. É necessário conjugar o verbo amar na forma mais ampla e extraordinária possível! É essencial exercitar esta emoção com a maior intensidade possível, neste efêmero jogo da vida onde o amor e o amar estão ficando em segundo plano. O amor e o amar estão, realmente no ar, mas não, simplesmente, nas placas de anúncios dos motéis.

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O BBB e o QI do brasileiro

Não adianta o Brasil ser a 6ª economia do mundo se continua sendo um país formado por uma grande parte da população constituída por incultos e sem o menor senso crítico, não tendo a mínima condição de analisar e emitir uma opinião coerente.

Prova disso é o grande sucesso que vem fazendo a série de programas BBB da Rede Globo, já na sua 12ª edição. Na realidade, o sucesso desta série de apresentações só serve para medir o baixo nível do QI do brasileiro e até mesmo o seu caráter.

São 12 versões medíocres de mesmices, futilidades e de muita falta de vergonha, não só dos participantes como dos seus diretores, que aproveitam a falta de cultura da população e do descaso das autoridades competentes, educadores e religiosos que só se limitam a criticar e não tomam uma posição contrária, publicamente, ficando sempre omissos.

O Big Brother Brasil, em todas as suas versões, pode ser classificado como um trabalho desprovido de recursos que contribuam para o crescimento de qualquer seguimento da sociedade; que nivela as pessoas por baixo, estimulando os instintos mais ínfimos das pessoas, mostrando a falta de cultura e de senso crítico da população e que possibilita, para a emissora, um faturamento excelente.

Antonio Barreto, educador e cordelista baiano – um dos poucos educadores que se manifesta de forma direta contra o programa – com bastante humor, compôs 25 septilhas – estrofes de sete versos – sobre o BBB com o título de: “O Cordel Big Brother Brasil: um Programa Imbecil”. Veja a primeira septilha:

Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Nestas horas, vemos o quanto é necessário que a programação sofra uma classificação por idade, permitindo que os pais tenham um maior controle sobre o que os filhos acessam na TV. Não somos, fique aqui bem claro, a favor da censura, mas a classificação tem se mostrado necessária e urgente.

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O Big Brother a serviço da treva cultural

Aqueles que escrevem estão sempre expostos à crítica, seja ela construtiva ou não. Meu ultimo texto foi sobre o Reality Show da Rede Globo o Big Brother Brassil – O BBB e o QI do brasileiro – que foi publicado em jornais e diversos sites do Estado da Bahia gerou muitos comentários, para minha satisfação, inteligentes, com conteúdos muito significativos, mas, por outro lado, tivemos – eu e o leitor – que sentir um pouco do gosto amargo da ignorância de alguns brasileiros ou, como diz Mino Carta em um dos seus editoriais para a revista Carta Capital, das trevas culturais de quem estacionou na Idade Média.

Por outro lado, também podemos analisar o nível de quem assiste a este programa pelo conteúdo ínfimo dos seus comentários, escritos de forma grosseira, sem nenhum tipo de concordância, sempre dizendo sobre o autor do artigo aquilo que na realidade são características deles. Não é de se estranhar que estes sejam os telespectadores deste tipo de programa.

Segundo Mino Carta, em um de seus muitos editoriais: “Quanto ao Big Brother, é de fonte excelente a informação de que a produção queria um “negro bem-sucedido”, crítico das cotas previstas pelas políticas de ação afirmativa contra o racismo. Submetido no ar a uma veloz sabatina no dia da estréia, Daniel Echaniz, o negro desejado, declarou-se contrário às cotas e ganhou as palmas febris dos parceiros brancos e do âncora Pedro Bial . […]E não é que este Daniel, talvez negro da alma branca, é expulso do programa do nosso inefável Bial? Por não ter cumprido algum procedimento-padrão, como a emissora comunica, de fato acusado de estuprar supostamente uma colega de aventura global, como a concorrência divulga”.

Vejamos também o comentário abalizado de Luiz Fernando Veríssimo:

“O olhar de Veríssimo sobre o BBB…

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A nova edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo e valores morais, com tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros… Todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE.

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido”. Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, comentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade do brasileiro.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados. Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo dia.

Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).

Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a “entender o comportamento humano”. Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais.

Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão …

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa…, ir ao cinema…, estudar… , ouvir boa música…, cuidar das flores e jardins… , telefonar para um amigo… , visitar os avós… , pescar…, brincar com as crianças… , namorar… ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade”.
Esta crônica está sendo divulgada pela internet a milhões de e-mails. Somos responsáveis por aquilo que fazemos, o que não fazemos e o que impedimos de ser feito.
Pelo que podemos observar, as trevas estão avançando de forma rápida e célere sobre o bom gosto, o saber e o discernimento do povo brasileiro. Que os meios de comunicação há muito deixaram de ser um meio de expandir cultura e educação para se transformar numa caixa de massificação dos piores sentimentos que existem no fundo do poço de alguns seres ditos humanos. Continuo, bem como muitos brasileiros, a desejar poder chegar em casa e assistir bons programas, onde a cultura, a alegria e a informação sejam claras e limpas.

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O Brasil e seus problemas sociais

Ainda que nos últimos anos o Brasil tenha conseguido grandes avanços na área social, continua com muitos problemas afetando, de forma desagradável, a vida dos brasileiros e os mais preocupantes, são: desemprego, violência e criminalidade, poluição, saúde, educação, desigualdade social, habitação, entre tantos outros.

Mesmo com o aumento da geração de empregos nos últimos anos, produzidos pelo crescimento da economia, podemos ainda encontrar um percentual muito elevado de brasileiros desempregados. O crescimento da nossa economia não foi o suficiente para produzir os empregos necessários ao País. A carência de uma formação educacional adequada e de profissionais qualificados perturba a vida dos desempregados. Apesar de não terem seus direitos trabalhistas assegurados, uma grande fatia do universo de desempregados, estão optando pela economia informal.

Por outro lado as grandes cidades estão sendo acometidas pelo crescimento absurdo da violência. O cotidiano da população brasileira passou a ter como presença assegurada, cada vez mais, diversos tipos de crimes, alguns, até com requintes de crueldade. As injustiças sociais aliadas à falta de rigor no cumprimento da lei, exemplifica o alto índice da criminalidade em nosso País.

Os problemas ambientais, por sua vez, também não ficam atrás. A poluição do ar – principalmente nas grandes cidades – que recebe toneladas de gases poluentes, resultado da queima de combustíveis derivados de petróleo, afeta a saúde das pessoas, principalmente dos jovens e idosos. Os rios, que transportam em seu leito uma gama insuportável de lixo domestico e industrial, também transportam doenças e afeta o ecossistema.

Atualmente as pessoas que possuem uma condição financeira melhor, procuram um plano de saúde privado, pois a saúde publica está sucateada, negligenciada e ate diria que se encontra na UTI do descaso. Hospitais públicos desaparelhados e superlotados, faltando medicamentos, aparelhos sem condições de uso, funcionários em greve, prédios mal conservados… Esta situação caótica afeta, de forma cruel, a população mais carente.

Costumo dizer que o maior problema do Brasil não é o financeiro e nem a corrupção – apesar dela também ser um dos cânceres deste País – é a educação – ou a carência dela. Segundo os institutos de pesquisas, em torno de quase 85% dos brasileiros são analfabetos ou semi-analfabetos, sendo que, 16,30 milhões são totalmente analfabetos, incapazes de ler ou escrever pelo menos um bilhete simples; 18,5% dos adolescentes entre as idades de 15 a 17 anos, não freqüentam escola. Segundo a “Câmara Brasileira de Livros”, a cada ano são produzidos no Brasil, em média, entre 300 e 320 milhões de livros, mesmo assim, cerca de 23% da população – algo em torno de 40 milhões de pessoas – nunca leram um livro; 10% dos que já leram, não passaram do primeiro capitulo; do restante, poucos chegaram ao final da leitura. Esse índice é alarmante e assustador.

É preciso que atitudes, urgentes, sejam tomadas com relação à recuperação não só da estrutura física das escolas, como também, na qualidade do ensino, através da capacitação dos professores e federalização dos seus salários, elaborando um projeto de ensino com tempo integral do aluno na escola, desenvolvendo atividades educativas paralelas ao seu turno de estudo normal, com um programa de assistência alimentar adequado para o desenvolvimento físico e mental dos cidadãos, que terão a responsabilidade de gerir os interesses e o futuro deste País.

No Brasil – o País das desigualdades sociais – a má distribuição de renda causa um grande contraste. Uma pequena parcela da população é muito rica e contrastando com ela, uma grande fatia da população vive entre a pobreza e a miséria. O Brasil ainda é um País muito injusto, mesmo com a distribuição de renda tendo melhorado, em função dos programas sociais.

A desigualdade social brasileira é uma das maiores do mundo, tornando jovens de baixa renda vulneráveis, pois a exclusão social os torna, cada vez mais, supérfluos e incapazes de terem uma vida digna.

As autoridades são os principais responsáveis por esse processo de desigualdade que provoca exclusão e gera violência. É necessário que os gestores do País planejem uma vida mais digna, com oportunidades de conhecimento para pessoas com baixa renda, dando-lhe a chance de trabalhar e ter o seu sustento garantido.

No âmbito da moradia o déficit habitacional é muito grande no Brasil. Favorecido pelo crescimento acelerado dos habitantes da zona urbana, existe milhões de famílias que não possuem a mínima condição habitacional adequada. O surgimento de grandes favelas e cortiços tomou conta, não só da periferia das grandes cidades, como, em algumas capitais, até dos bairros nobres. Tornou comum habitar sob viadutos e pontes, marquises e até em outras partes da cidade, onde passam grandes dificuldades.

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O conto de fadas brasileiro

Já falei sobre religião, mensalão, dizimão, auto-ajuda, política, conto de fadas, entre tantos outros assuntos.

Por falar em conto de fadas, eu sempre observei que nas fábulas tradicionais as coisas sempre dão certo para o “mocinho”. Branca de Neve encontrou seu príncipe encantado, os três porquinhos conseguiram fugir do lobo mau, João e Maria encontraram o caminho de casa… Nas historietas brasileiras acontece efetivamente o contrário. Sempre dá tudo errado e o vilão é quem sai ganhando. O pirata da perna de pau rouba o tesouro do erário público e coloca em sua conta na Suíça, Capitão Gancho desvia verbas públicas para pagar o mensalão, os pastores fogem com malas de dinheiro para repartirem o dizimão e suas ovelhas nas “pastagens”, o bruxo do analfabetismo já providenciou o seu mensalinho, Ali Babá e seu filho ladrão, são presos e seguem dizendo: esta assinatura não é minha, estes que estão sendo presos não somos nós…

Falando em conto de fadas, Sete de Setembro é o maior de todos. A história oficial do Brasil nos conta, que no famoso dia 7 de setembro de 1822, às margens do rio Ipiranga, sabe-se lá a que horas, provavelmente após o “intrépido” imperador D. Pedro ter tomado umas e outras com suas cortesãs – dizem que ele era muito chegado a uma Marquesa – recebeu uma mensagem enviada por Dona Leopoldina, sua esposa, com uma espada “enooorme”, arranca da sua farda os “lacinhos” com as cores da coroa portuguesa e grita: Independência ou morte! E o Brasil ficou independente – de Portugal – passando a ser reinado e ter como monarca D. Pedro I.

Só que a História parece não ter sido bem assim. No dia da independência tive a oportunidade de assistir em um canal de TV, sinal aberto, que D. Pedro I praticou o primeiro ou um dos primeiros atos de corrupção em terras brasileiras, pagando uma propina £ 2.000.000,00 (dois milhões de libras esterlinas) ao seu pai D. João VI, rei de Portugal, para conceder a Independência ao Brasil.

Como D. Pedro não tinha esta fabulosa quantia e muito menos o Brasil poderia tê-la, o Rei da Inglaterra concedeu um empréstimo ao Monarca brasileiro – o qual nunca foi pago – tornando-se um dos elementos complicadores para a dívida externa do país que ali se iniciava de mãos dadas com a corrupção. Esta quantia hoje já está na casa dos “bilhões de dólares”.

Infelizmente, até hoje, nós brasileiros vivemos iguais a “Alice no País das Maravilhas”, com a boca escancarada, cheia de dentes – na maioria da população, dentes pútridos – “olhando a banda passar”.

Sempre torcendo por você e para que este país seja passado a limpo.

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O corporativismo político e o meio-ambiente

O corporativismo político infelizmente garante a impunidade e é uma das principais causas para todas as mazelas que ocorrem no planeta. O Governo deixou de ser do povo, pelo povo e para o povo e passou a ser subserviente às grandes instituições econômicas.

Em decorrência desse corporativismo nós e todo ambiente em que vivemos, passou a conviver com o ar poluído e ainda com todas as máculas advindas desse “progresso”, que fez com que, nos dias atuais, todas as grandes cidades do mundo padeçam com os efeitos da poluição ambiental.

Infelizmente temos que admitir, que o nosso planeta atualmente passa por um momento muito delicado. Estamos envolvidos em situações de conflitos causados por um choque de objetivos ou de informações desencontradas, tendo como principal causador a convergência de forças com sentidos opostos e de igual intensidade atrelados ao jogo dos interesses. É o caos ambiental, social, político, empresarial, cultural, enfim, a derrocada da qualidade de vida dos seus habitantes, que se instalou em nosso planeta.

a maior geração de poluentes é resultado, em grande parte. da queima de produtos industrializados e, principalmente, dos derivados de petróleo e do consumismo exacerbado que implica na geração de mais poluentes.

O homem, em sua guerra voraz pelo consumismo, devastou florestas, criou gazes nocivos ao meio-ambiente, desenvolveu tecnologias capazes de interferirem negativamente no nosso planeta, gerando diversos problemas nos grandes centros urbanos, comprometendo a saúde do ser humano e comprometendo os ecossistemas.

Imagino que, neste momento crítico, a primeira atitude que devemos tomar como cidadão, deste planeta, é definir o que podemos ou devemos fazer para reverter esta situação caótica aqui instalada. Diante desta posição embaraçosa não devemos simplesmente lamentar, pois somos os responsáveis pela transformação e recuperação do planeta Terra. Devemos fazer a nossa parte, contribuindo para a melhoria desta situação de caos, começando as mudanças de comportamento em nossa própria casa.

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O deus Janus

A mitologia Greco-Romana nos conta que existiu, em um passado muito remoto, um deus chamado “JANUS”. Janus nasceu na Tessália, Grécia, e foi conhecido como o deus da “dualidade”, o deus da dupla face. Para a luz e as trevas, para o amor e o ódio, para o bem e o mau, para a felicidade e a infelicidade, para a sinceridade e a falsidade.

Na realidade, Janus foi um homem muito inteligente que se casou com a rainha do Lácio e ao ficar viúvo, governou esta região como rei. No seu reinado, ele desenvolveu na região os seus conhecimentos científicos como a criação da moeda, o cultivo do solo e as leis, levando à região do Lácio, um período de paz e prosperidade. No Lácio, viveram os antigos Latinos, os Etruscos. Só ao morrer, Janus recebeu o status de deus, devido a sua vida dedicada às transformações.

Esta “dualidade” do deus Janus, infelizmente ainda existe nos dias de hoje. A mão que acalenta é a mesma que fere, aquela mesma pessoa que em sua presença diz que te ama, que a amizade dispensada a você é verdadeira, é a mesma que te trai, te falseia, te apunhala-la pelas costas.

No mundo político esta prática virou moda. A dualidade está sempre na ordem do dia. Com certeza, todos eles devem ser fiéis adoradores deste deus de caráter ínfimo.

Porém, segundo os seguidores de Dr. Allan Kardeck e peço a DEUS que eles estejam certos, este milênio é o da regeneração. Sendo verdade, haverá uma esperança de que o caráter das pessoas evolua, pois caso não haja regeneração seguramente haverá descida. Infelizmente vou ter que esperar “só” mil anos, ou dez séculos para saber a verdade.

Sempre torcendo por você e esperando o milênio passar,

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O dragão da corrupção

No atual drama da telenovela exibida pela Rede Globo e que vai ao ar às 21 horas – Insensato Coração – o personagem encenado por Herson Capri, o banqueiro Horácio Cortez, infelizmente retrata a realidade de grande parte dos homens de negócios e políticos brasileiros. A prova disso são os atuais escândalos veiculados nos telejornais, onde a corrupção e a falta de ética é sempre a bola da vez.

A cada dia a corrupção vem aumentando desastrosamente neste país e o cidadão brasileiro, vê o dinheiro dos seus impostos sendo desviado enquanto a saúde se encontra na UTI do descaso, a violência aumenta assustadoramente, a educação padece por falta de investimentos mais efetivos. Prenúncios de um colapso social.

Quanto à educação – ou a sua falta – é o que mais interessa à grande maioria dos políticos, porque o analfabeto, o inculto é mais fácil de ser manipulado. Grande parte da população brasileira não sabe sequer quem é o vice-presidente do Brasil, não há como avaliar se é por falta de interesse, ou por analfabetismo político. O que então se pode esperar dos eleitos? Por outro lado os que estão, sempre, envolvidos em corrupção, usam o cargo que lhe foi conferido através do voto, para benefícios próprios – o enriquecimento ilícito.

Nos últimos anos pudemos observar, em todos os meios de comunicação do país, artigos vinculados à corrupção na política e nas organizações empresariais, principalmente nas financeiras, omissão e negligência do poder público. Ouvimos todo tipo de promessas, sabendo não existir qualquer responsabilidade quanto a sua realização, na realidade estas servem como uma grande propaganda fantasiosa, sem a mínima possibilidade de realização.

Todo este material é sempre utilizado para iludir e garantir o voto da grande maioria dos eleitores, como já foi dito, analfabetos e adolescentes, parcialmente capazes, que aos 16 anos não podem dirigir um carro, mas podem eleger alguém e colocar em seus ombros toda a responsabilidade de administrar a Nação. Outro fato inusitado é que o analfabeto vota, pode eleger seus representantes, mas não pode ser votado. Todos estes acontecimentos nos levam a concluir que neste País “existem muitos Horácio Cortez”.

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O Empreendedor

Conforme relata Fernando Dolabela, Professor Doutor da Fundação Dom Cabral, em seu livro Sonhos e Riscos Bem Calculados, “mapas e sonhos podem sugerir tesouros no fim do arco-íris. Eles existem de fato, mas somente para quem entender que a grande magia empreendedora acontece na busca, e não na chegada. Fazer acontecer dá trabalho”.

Podemos definir o empreendedor como aquele que não tem medo de desafios, para ele não existem barreiras intransponíveis, problema é o seu principal motivador; o empreendedorismo faz parte do seu DNA, está intrínseco em sua alma. Possui um modo peculiar e inovador de se empenhar nas atividades da organização, sempre voltado para a geração de riquezas, transformando conhecimentos em novos produtos, os problemas em tarefas onde ele se sinta estimulado e realizado, e vê nesta ferramenta a principal arma contra a miséria.

A principal característica do empreendedor é a transformação de idéias em realidade, fogem ao princípio do imutável, estático. O dinamismo é o seu lema e seu estilo de vida razão pela qual, às vezes é confundido como pessoa ansiosa e exagerada. Para o empreendedor o impossível não existe. Qualquer situação é impossível até surgir alguém que a transforme em possível. Tem como princípio quebrar regras com muita dedicação e empenho. Sempre tem uma nova idéia.

No ambiente do empreendedor o erro é seu principal aprendizado. Não errar é sinônimo de que as coisas não estão indo bem, não está criando, ou seja, está sendo repetitivo no que faz, não evolui, não faz algo de novo. Em sua filosofia de vida, aquele que não erra não cria nada de novo e o novo é essencial para o crescimento em todos os sentidos.

Ainda nos ensina Fernando Dolabela que: “sonhar e arriscar faz parte da vida do empreendedor”. Inovar é o seu lema, modificar, com sua tradicional forma de agir, qualquer segmento do conhecimento é outro motivador em sua trajetória em busca do novo, de transformar o impossível em possível. Para o empreendedor o ser é mais importante do que o saber. Correr risco é parte intrínseca da natureza do empreendedor e estes, estão intimamente ligados aos conceitos de mudanças, tornando a organização mais efetiva, dinâmica e competitiva.

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O fenômeno da massificação

Com o advento da Internet e o avanço dos demais seguimentos tecnológicos, o mundo –como costumo dizer – que tinha as “dimensões de um mundo”, ficou do tamanho de uma bola de ping-pong. O cidadão passou a ser um número ou um subcidadão achatado pelo “Fenômeno da Massificação” imposta pelo mercado de consumo. A criatividade que existe nos seres humanos – todo ser vivo é criativo e ela está dentro de nós, só precisa ser externada – é destruída pela massificação que menospreza a inteligência do cidadão e a liberdade de cada um é tolhida, forçando os seres humanos a viver, basicamente, de forma uniforme.

A sociedade passou a ser norteada pelo consumismo exacerbado, produzido por uma massificação em um mundo capitalista, onde usar um tênis “de marca” ou o jeans de “grife estrangeira”, passou a ser quase uma obrigação entre os jovens. O consumo de produtos feitos com óleos vegetais hidrogenados, que deixam as veias como se fossem plastificadas – só porque os reclames da TV dizem que está na moda – ingerir alimentos com alto teor calórico, alimentando também a obesidade, passaram a fazer parte do cardápio do dia a dia. O cidadão – independente da classe social – modificou os seus costumes e passou a seguir o que veicula as agências de publicidades, fazendo-o pensar serem ricos e, por isso, se endividar como pobres coitados. Tudo isso causado pelo fenômeno da massificação imperiosa e sem limites.

Darcy Ribeiro – antropólogo e educador – escreveu que o Brasil viveu sempre para o mercado mundial, não para o seu povo. Talvez, por isso, sempre nutrimos a perspectiva de que, por muito tempo, viveremos em função do modismo ditado pelo mercado de consumo exterior – no Brasil as metas são impostas, pelo mercado, de fora para dentro – e pela ambição de lucro dos países mais ricos. Este comportamento nos leva a deixar de construir, a médio e longo prazo um Estado soberano, com uma população bem alimentada – o que de melhor produzimos, principalmente alimentos, exportamos.

Concluímos, então, que a massificação foi o fenômeno propulsor das grandes mudanças comportamentais no planeta, tirando toda e qualquer liberdade do cidadão, até mesmo a de pensar, transformando seu comportamento – vestuário, laser, atitudes, etc – impedindo-o de exercer a sua criatividade e o poder de improvisar – que deveria ser espontâneo – transformando-o em robô criado em série. A discriminação é acentuada pela sociedade que passa a distinguir rico de pobre, bem vestido do mal vestido, o culto do inculto, como dois participantes de uma competição que, a cada dia, se distanciam entre si.

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