Os Empresários da Fé / Por Alberto Peixoto

A união do dinheiro com o poder
FOTO: Arquivos Google

O Brasil é o país mais adequado para os “Empresários da Fé” disseminarem o seu dominante comércio religioso, devido a um grande fator: as desigualdades sociais. Os templos Cristãos passaram a ser organizações comerciais a serviço de empresários religiosos. O marketing neopentecostal concedeu um sucesso inexorável às religiões protestantes contemporâneas, administradas pelos picaretas da fé.

A ambição por bens materiais propiciou a união do dinheiro com o poder e as religiões dos dias de hoje se transformaram em trampolim político. Desceram Jesus Cristo da cruz e o transformaram em um “garoto propaganda” eficiente.

A igreja passou a ser administrada como empresa. Deixou de ser um local para se adorar a Deus, buscar auxilio espiritual e foi transformada em uma grande instituição financeira, um grande comércio de proporções imensas. Passou a ser vista como um local de auxílio material, financeiro e político.

As religiões são vistas atualmente, como a forma mais fácil para se eleger a um cargo político. Um trampolim político que transforma qualquer idiota em até presidente da república sem maiores dificuldades.

“Nossas igrejas hoje refletem mais as estruturas eficientes do mercado e menos a glória da imagem de Deus em Cristo. No entanto, as ovelhas de Jesus clamam cada vez mais por pastores, pastores com tempo e compaixão para ouvir o clamor de suas almas cansadas, aflitas, confusas em busca de orientação, maturidade, transformação” – Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília.

A igreja contemporânea detém um patrimônio inexplicável. Canais de TV, escolas, universidades, emissoras de rádio, editoras; no parlamento criaram a Bancada Evangélica para fazer lobby, beneficiando interesses suspeitos às verdadeiras carências das almas. Toda esta bandalheira é fruto da inexperiência dos mais humildes. Toda esta farra é financiada pelo capital decorrente do comércio das almas e da exploração dos fieis enganados.

Foi visto nesta crise de pandemia pastores vendendo garrafas de álcool gel de 500 ml – o tal álcool ungido – por R$ 500,00; um grão de feijão, lógico que ungido, por R$ 1.000,00, para curar o coronavírus. E nada é feito pelas autoridades competentes contras estes “picaretas da fé”.

Deixaram de observar um dos maiores mandamentos de Jesus, que é o amor, e passaram a cultivar a tortura, a pena de morte, a escravidão, a discriminação, a perseguição aos movimentos sociais, principalmente ao movimento dos trabalhadores – taxados de comunistas – e movimentos LGBT.

É imprescindível que alguma medida seja tomada contra estes “pescadores de almas” que colocaram nosso Irmão Maior, Jesus Cristo, nas prateleiras de seus templos e estão vendendo-o mais do que Coca-Cola.

Alberto Peixoto, Escritor

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