ACM: esquecido pela família e pelo povo baiano/ Por Sérgio Jones*

Antônio Carlos de Magalhães (ACM, PFL-BA), senador da República

Em 20 de julho de 2007, faleceu o então político baiano Antônio Carlos Peixoto de Magalhães (ACM), após sofrer parada cardiáca. Ele se encontrava internado no Instituto do Coração no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Este mês, mais precisamente no dia 20, o cacique político da Bahia, esteve completando 12 anos de morto. O curioso, e que chama mais à atenção dos menos desavisados, é que nenhuma homenagem ou citação foi prestada pela família dele, detentora de uma vasta rede de comunicação no Estado. E menos ainda por parte do povo baiano, que em alguns momentos chegou até mesmo a endeusa-lo. Isto é uma prova inconteste de quanto o poder é efémero e ilusório. Não poupando até mesmo os que gozam de muita fama e riqueza.

Considerado como um político caudilhesco, boquirroto e agressivo. Por três vezes foi governador da Bahia, sendo duas vezes nomeado pela ditadura do Regime Militar Brasileiro instalado no país a partir de 1964. Além de ter sido senador em 1994 e em 2007.

Sempre polêmico protagonizou episódios tensos e hilários, ao longo da história. Merecendo destaque para o ocorrido, ainda no mandato de deputado Federal. Quando Tenório Cavalcante durante discurso na Câmara acusa o então presidente do Banco do Brasil, Clemente Mariani, de desvio de verbas. ACM então deputado e baiano como Mariani, defendera o conterrâneo respondendo: “Vossa Excelência pode dizer isso e mais coisas, mas na verdade o que Vossa Excelência é mesmo, é um protetor do jogo e do lenocínio, porque é ladrão”.

Ato seguinte, a reação de Tenório Cavalcante foi sacar o seu revolver e berrou: “vai morrer agora mesmo”! Membros da Câmara Federal deixaram o recinto em disparada, enquanto alguns pouco tentavam impedir o desfecho trágico da situação. ACM tremendo de medo, foi acometido de uma incontinência urinária. Mesmo diante da situação vexatória teve forças para gritar ”atira”. Tenório, por fim, resolveu não atirar. Rindo da situação em que ACM se encontrava, recolheu a arma e disse em tom de deboche que “só matava homem”.

Muitos outros episódios aconteceram ao longo da tumultuada trajetória política na vida de ACM. Mas a lição que nos é legada pela história é que os podres poderes são transitórios e efémeros e que nada é eterno, nem mesmo os diamantes.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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