Os privilégios do Servidor Público e a crise orçamentária/ Por Alberto Peixoto*

Palácio do Governo Ondina – Residência Oficial do Governador Av. Adhemar de Barros, 100, Salvador – BA
FOTO: Arquivos Google

Os colaboradores da iniciativa privada contribuem com 8%, sobre R$ 5.000,00 mesmo ganhando qualquer salário acima deste valor, para a Previdência. Recebem no final de sua jornada de trabalho (aposentadoria) que é no mínimo um período de 35 anos em média, o FGTS – Fundo de Garantia Por tempo de Serviço – para ajudar na nova vida de aposentado. Alguns conseguem com este fundo comprar até um bom apartamento ou um bom veículo.

O Servidor Público, por sua vez, colaborava com 12% e agora com a nova Lei aprovada em votação ontem (12) pelos Deputados da ALBA – Assembleia Legislativa da Bahia – liderados pelo deputado Zé Neto, passaram a contribuir com 14% sobre seus vencimentos BRUTOS e não possuem FGTS. Quando se aposentam, como diz o velho adágio popular, saem com uma mão na frente e outra atrás, sem nenhum incentivo para reiniciar na nova vida de aposentado.

Alguns jornalistas mal informados e até mesmo o cidadão brasileiro que na sua grande maioria é desinformado, analfabeto político e funcional, vive a vociferar pelos quatro cantos da cidade e/ou do País, que o Servidor Público é responsável pela crise orçamentária, onde 51% é gasto com os “privilégios” (????) dos servidores, e também pelo elevado custo previdenciário, quando na verdade a Previdência do Servidor Público (FUNPREV) é financiada pelos próprios servidores e não pelo Estado.

Quais privilégios seriam esses? O Servidor (o trabalhador) que é responsável pelo verdadeiro funcionamento do Estado, só tem direito ao salário. Até a sua assistência médica é paga por ele a um auto custo; a Licença Prêmio – que poderia ser considerada benefício – não existe mais, foi extinta.

Porém, salários “estratosféricos” recebem os Deputados, Desembargadores, Procuradores, Promotores e todo MP, Juízes e assessores que devolvem salários para seus “chefes”. Todos estes recebem auxilio gravata, paletó, moradia – mesmo tendo casa própria, auxilio engraxate, água, luz e telefone, escola para filhos até completar a Faculdade, carro com motoristas e combustíveis sem limite de cotas (litros), passagens aéreas para eles e suas companheiras (os), e até, pasmem, “auxilio mudança”, que se dá quando o Deputado ou alguém do Poder Judiciário que tem que se deslocar com sua mudança para outra cidade, recebe uma verba de R$ 32 mil para pagar a mudança, que qualquer transportadora de nível deve cobrar uns R$ 3 mil reais.

Como se não bastasse, o atual vice-presidente da Câmara dos Deputados Federais, Fábio Ramalho (MDB-MG), candidato a Presidente da Câmara, defende o aumento de salários dos parlamentares: Nós precisamos que todos os Deputados sejam reajustados como estão sendo reajustados todos os “outros poderes, disse o Deputado, citando o recente aumento do STF.

O aumento proposto pelo Deputado “Porra-Louca” Fábio Ramalho, produz um efeito em cascata atingindo o orçamento dos demais Estados da Federação Brasileira. Estes sim, são os verdadeiros responsáveis pela crise orçamentária dos Estados. O Servidor Público não pode pagar a conta desta farra proporcionada por estes irresponsáveis.

*Alberto Peixoto (Antonio Alberto de Oliveira Peixoto) é Escritor com 20 livros publicados, Colunista do Jornal Grande Bahia, membro da ALER – Academia de Letras do Recôncavo – Recebeu a Comenda de Maria Quitéria pelo seu mais recente trabalho: Quitéria e o Bando de Cleonice, Graduado em Administração de Empresas, MBA em Administração Estratégica e Gestão de Negócios, PDG – Programa de Desenvolvimento de Gestores pela Fundação Dom Cabral, Pós em Marketing pela SIDARTA e Servidor Público Estadual.

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