Marxismo, mais atual do que nunca/ Por Sérgio Jones *

Jesus Cristo, o maior comunista de todos os tempos
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Por mais que as forças retrógradas e obscurantistas continuem com sórdidos objetivos inerentes a classe conservadora e antiprogressistas que lutam de forma insana para deter a roda da história e seus avanços sociais, o marxismo continua em evidência e sendo a mola propulsora que determinará uma existência social mais justa e igualitária para o futuro de toda a humanidade.

O sonho de uma sociedade sem exploração e sem dominação, uma sociedade verdadeiramente comunista, funcionando à base do lema: De cada um conforme suas capacidades, a cada um conforme suas necessidades. Há muito deixou de ser uma utopia. Pois não poderá existir o ser, enquanto humano, sem um equilíbrio que lhe permita viver com o mínimo de dignidade, conforme expressa velhos e incontestáveis princípios e conceitos bíblicos.

Com relação ao que os economistas apontam como à quarta revolução industrial, conhecida como 4.0. A exemplo de expoentes de nível reconhecido intelectualmente como o professor Estáquio Diniz Alves – A teoria do valor-trabalho é uma referência indispensável para a análise do capitalismo, qualquer que seja a fase do desenvolvimento das forças produtivas. Mas nos últimos 200 anos, desde o nascimento de Marx, o conflito capital versus trabalho se complexificou e não gerou uma polaridade entre uma maioria esmagadora de operários empobrecidos e uma reduzida minoria de capitalistas escandalosamente enriquecidos. Marx e Engels , de certa forma, deixaram implícita a ideia de um empobrecimento absoluto da classe trabalhadora, disseram no Manifesto Comunista: “Os proletários nada têm a perder, a não ser os seus grilhões. Têm um mundo a ganhar”.

Para o erudito educador – A Revolução 4.0 tende a diversificar ainda mais a estrutura produtiva, rompendo de vez com o rígido arcabouço fordista de uma produção padronizada e de massa. A atual revolução científica e tecnológica difere das três anteriores na profundidade e na velocidade das transformações, com grande impacto no mundo do trabalho. Não se trata mais de lidar com o “gorila domesticado” de Henry Ford , ou com a recomposição da linha de montagem do Toyotismo, que busca capturar o pensamento do operário incorporando suas iniciativas afetivo-intelectuais aos objetivos da produção de bens e serviços. Os trabalhos que vão surgir serão necessariamente diferentes dos atuais, não havendo garantias que serão suficientes para compensar os postos que vão desaparecer, e dificilmente as organizações sindicais atuais dos trabalhadores conseguirão se manter na nova configuração produtiva, tanto quanto os chamados “direitos adquiridos”.

Defende ele, que tal processo terá grande impacto na forma de produção, que passará a ser mais maleável, descentralizada e com flexibilização do processo de trabalho, tanto temporal quanto físico, além da tendência à “individuação” (a “pejotização” é apenas um aspecto) e do enfraquecimento do trabalho material, aglomerado e coletivo. A teoria do valor continuará válida sempre, mas a possibilidade de formação de uma “classe em si” será cada vez menos provável, e o surgimento de uma “classe para si” será um fenômeno quase inimaginável.

No tocante ao que rege a teoria de valor, por mais que os robôs possam ser parecidos com os seres humanos, eles entram no processo produtivo do lado do capital e não do trabalho. Isto acontece, segundo argumenta ele, porque, no regime capitalista, o processo produtivo é composto por dois elementos fundamentais: trabalho e capital, sendo que o primeiro é dividido em duas partes: o trabalho pago (salários) e o trabalho não pago ou mais-valia (trabalho excedente).

A lógica dos patrões, para maximizar o lucro capitalista, é aumentar a parte referente ao trabalho não pago (mais-valia) e reduzir a parte do trabalho pago. Como nenhum indivíduo consegue trabalhar 24 horas e 7 dias por semana, existe um limite material à exploração da mais-valia absoluta. Porém, a mais-valia relativa não depende da superexploração física das horas de trabalho e sim da produtividade do trabalho, isto é, do aumento do produto por hora trabalhada. Por conta disto, desde o início da luta entre o capital e o trabalho, o capitalista buscou substituir o trabalhador por máquinas, para criar uma superpopulação relativa (ou exército industrial de reserva) e para aumentar a mais-valia relativa, via aumento da composição orgânica do capital. Os robôs simplesmente exponenciam esta lógica, aumentando a produtividade, desemponderando o trabalhador e aumentando a apropriação capitalista do excedente (mais-valia relativa).

Permanecendo neste raciocínio lógico, para Alves não há novidade neste aspecto. Os robôs são máquinas. As máquinas nunca necessitaram descanso e pagamento pelas horas trabalhadas, apenas manutenção e reposição. Elas fazem parte do capital fixo. O que a robótica da Revolução 4.0 traz de novo é o casamento das máquinas com a Inteligência Artificial e a Internet das Coisas. Isto permite não só substituir aquele operário representado por Charles Chaplin em Tempos modernos, mas possibilita também uma enorme reorganização da produção e um exponencial aumento da produtividade.

Contrariando alguns arautos do caos a 4ª Revolução Industrial não vai acabar necessariamente com os empregos e o ganha-pão dos trabalhadores por ser este, a galinha dos ovos de ouro do capitalismo. E cita como exemplo os três países com maior uso de robôs em relação à força de trabalho manufatureira: Coreia do Sul, Cingapura e Japão, todos eles com baixas taxas de desemprego.

Sérgio Jones, jornalista

(sergiojones@live.com)

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