O Amor e o Amar

É muito difícil escrever sobre o amor – mesmo assim vou tentar – este sentimento tão profundo, largo, possuidor de uma amplitude incomensurável, que nos conduz ao deleite, ao prazer… porém – como tudo na vida – sendo ele mal conduzido e se o praticarmos de maneira inadequada ou quando a sua prática é mal entendida ou não é aceita por alguém a quem dedicamos este sentimento, também nos arrasta ao desgosto, à mágoa, ao desprazer, ao infortúnio. Poderia dizer que é um “verbo” porque tem ação, tempo e modo de manifestação devendo ser “conjugado”, por todas as pessoas todos os dias e a todo o momento com esta emoção ou sensação psíquica, inumerável e absoluta, tão sublime e envolvente, que nos leva à felicidade no seu sentido mais abrangente, sem restrições: abundante.

Em um dia qualquer da minha vida, caminhando pelos quatro cantos do interior deste místico Estado da Bahia, inesperadamente, deparei com um outdoor que veiculava a seguinte propaganda de um motel: “O Amor Está no Ar! Venham Fazer Amor”.

Amar é bem maior do que uma mensagem de motel em placas às margens de uma rodovia. É um sentimento de dimensões gigantescas, que não nos deixa dormir envolvendo os nossos pensamentos e nos fazendo sonhar – na maioria das vezes acordados – impedindo a chegada do sono. Amar nos mostra o significado e o que dá sentido à vida; é cortejar o ser que faz a nossa existência ficar mais fascinante, afastando-nos das tristezas e depressões. Amar é o maior dos sentimentos do ser humano; a emoção tenra e nobre que pode emanar de uma pessoa; uma sensação psíquica tão importante quanto o ar que respiramos e o alimento que nos sustenta. Amar é doar-se à pessoa amada, exercitando este sentimento cada segundo da vida, rompendo barreiras para viver intensamente esta emoção maravilhosa que nos eleva, fazendo com que transcendamos todos os parâmetros impostos pela sociedade. Quando amamos, não devemos pensar em limites, como dizia Platão, o amor é o caminho para a verdade.

Não devemos traçar paradigmas para o amor, porque para ele ser verdadeiro, completo e absoluto, tem que ser espontâneo e aflorar do âmago, da parte mais profunda do ser amante, sem imposições ou condições, compensações ou carências. Amar nunca pode ser conveniência, indiferença, inconseqüência ou falta de cumplicidade. Amar de verdade é sublime! Devemos amar com inteligência, sem cobranças, superando as barreiras impostas pela vida. O amor verdadeiro nos dá paz e tranqüilidade; tem equilíbrio, é sereno e gera harmonia… É diferente de paixão, que é um sentimento burro, cego, nocivo, insípido que nos faz cometer loucuras nos levando a produzir situações indesejáveis que não devemos por à prova. O amor é um templo divino, aonde o mandado maior é exercitar esta emoção no sentido lato da palavra amor: amar de verdade!

Busque-o, encontre-o e exteriorize, literalmente, esta emoção ímpar e nobre, porque é mister que o amor aflore de forma desmedida, em nosso coração – em todos corações – em nosso espírito. É necessário conjugar o verbo amar na forma mais ampla e extraordinária possível! É essencial exercitar esta emoção com a maior intensidade possível, neste efêmero jogo da vida onde o amor e o amar estão ficando em segundo plano. O amor e o amar estão, realmente no ar, mas não, simplesmente, nas placas de anúncios dos motéis.

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